Métodos contraceptivos hormonais: descubra como funcionam
A pílula anticoncepcional surgiu como um marco da nossa liberdade sexual: a partir daquele momento, nós seríamos capazes de optar pela gravidez ou não. O que era um conto de fadas logo se transformou em uma lista gigantesca de efeitos adversos, incluindo, ironicamente, a falta de libido.
Falar sobre contracepção é sobre escolhas conscientes, responsabilidade compartilhada, e também sobre gênero e direitos reprodutivos. Dentro do universo dos métodos contraceptivos, os métodos hormonais se destacam pela alta eficácia, variedade de duração e tipos. São opções que oferecem desde soluções diárias até de longa duração, adaptando-se a diferentes corpos, rotinas e objetivos.
Se você está buscando um método contraceptivo, é provável que já tenha se deparado com termos como "estrogênio" e "progestina", além de diversas apresentações: pílulas, adesivos, injeções, implantes, e DIUs hormonais. Com tantas opções, entender as particularidades de cada uma é essencial para escolher o melhor método para você.
Neste post, vamos explorar os métodos hormonais, seus benefícios, desvantagens, e as dúvidas mais frequentes.
O que são métodos contraceptivos hormonais?
Métodos contraceptivos hormonais utilizam hormônios sintéticos, como o estrogênio e/ou a progestina, para prevenir a gravidez. Esses hormônios interferem no ciclo reprodutivo de várias formas:
- Inibindo a ovulação: Impedem que os ovários liberem óvulos.
- Alterando o muco cervical: Tornam o muco mais espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides.
- Modificando o revestimento do útero: Tornam o endométrio menos receptivo para implantação.
Esses métodos são conhecidos pela sua alta eficácia, especialmente quando usados corretamente.
Tipos de métodos contraceptivos hormonais
1. Pílula anticoncepcional combinada
- Como funciona: Contém estrogênio e progestina, evitando a ovulação e alterando o muco cervical.
- Uso: Tomada diariamente, preferencialmente no mesmo horário.
- Vantagens: Regulariza o ciclo menstrual, reduz cólicas e sintomas da TPM.
- Desvantagens: Requer disciplina diária; pode ter efeitos colaterais como náuseas e aumento do risco de trombose.
- Eficácia: 99% no uso perfeito; 91% no uso típico.
2. Minipílula
- Como funciona: Contém apenas progestina, alterando o muco cervical e, em alguns casos, inibindo a ovulação.
- Uso: Tomada diariamente, sem pausas.
- Vantagens: Indicada para quem não pode usar estrogênio.
- Desvantagens: Pode causar sangramentos irregulares.
- Eficácia: Similar à pílula combinada.
3. DIU hormonal (Mirena e Kyleena)
- Como funciona: Libera progestina diretamente no útero, alterando o muco cervical e afinando o endométrio.
- Vantagens: Longa duração (3 a 7 anos); redução de cólicas e fluxo menstrual.
- Desvantagens: Inserção pode ser super dolorida, mas pode ser acompanhada de anestesia; efeitos colaterais como acne e alterações de humor podem acontecer.
- Eficácia: Acima de 99%.
4. Adesivo anticoncepcional
- Como funciona: Libera estrogênio e progestina através da pele, inibindo a ovulação.
- Uso: Troca semanal, com intervalos para menstruação.
- Vantagens: Não requer uso diário.
- Desvantagens: Pode causar irritação na pele; menos eficaz em pessoas acima de determinado peso.
- Eficácia: Similar à pílula.
5. Injeção contraceptiva (trimestral)
- Como funciona: Contém progestina que inibe a ovulação e altera o muco cervical.
- Uso: Aplicada a cada 3 meses.
- Vantagens: Não requer lembretes diários.
- Desvantagens: Pode causar ganho de peso, atrasos no retorno à fertilidade após interrupção.
- Eficácia: 94% no uso típico.
6. Implante subdérmico
- Como funciona: Pequena haste inserida sob a pele do braço, liberando progestina gradualmente.
- Vantagens: Longa duração (3 a 5 anos); alta eficácia.
- Desvantagens: Alterações no ciclo menstrual; procedimento de inserção e remoção.
- Eficácia: Acima de 99%.
Estrogênio x Progestina: como esses hormônios atuam no corpo?
O estrogênio e a progestina sintéticos imitam os hormônios naturais produzidos pelos ovários. O estrogênio regula o ciclo menstrual e auxilia na inibição da ovulação, mas está associado a um leve aumento no risco de trombose. Já a progestina é mais "versátil", inibindo a ovulação, alterando o muco cervical e afinando o endométrio, com menor impacto no sistema cardiovascular.
Por isso, métodos à base de progestina (sem estrogênio) são geralmente mais indicados para pessoas com histórico de trombose, pressão alta, tabagismo ou amamentando.
FAQ Métodos Hormonais
1. Qual o melhor método contraceptivo hormonal?
Depende das suas necessidades! Para quem busca longa duração e alta eficácia, o DIU hormonal e o implante subdérmico são ótimas opções. Já a pílula combinada pode ser interessante para quem prefere controlar o ciclo.
2. Quais os mais eficazes?
O DIU hormonal e o implante subdérmico têm eficácia acima de 99%.
3. Como evitar gravidez com segurança?
Escolha métodos com alta eficácia e adapte-os à sua rotina. Métodos combinados, como pílula e camisinha, aumentam a proteção.
4. E os efeitos colaterais?
Os principais incluem alterações de humor, retenção de líquido, sangramento irregular e acne. Consulte seu médico para avaliar o melhor método para você.
5. Qual o menor em dosagem hormonal?
O Diu Kyleena é o que tem a dosagem hormonal mais baixa entre os métodos contraceptivos hormonais. Com ele a ovulação segue acontecendo, mas o fluxo pode se alterar, principalmente nos primeiros 6 meses.
Por que escolher métodos hormonais?
Apesar de não protegerem contra ISTs, os métodos hormonais oferecem uma eficácia muito mais alta se comparada aos métodos não hormonais, e benefícios adicionais, como regulação do ciclo menstrual e redução de cólicas. Podem também servir como tratamento de uma série de condições, como a endometriose e síndrome do ovário policístico, tendo um papel fundamental na saúde sexual de algumas pessoas.
Ao mesmo tempo, a lista de efeitos colaterais (que inclusive foram os responsáveis pela interrupção de testes de anticoncepcional masculino) e as possíveis complicações deste método podem ter concorrências que vão de contornáveis, como a falta de libido, à trágicas, como uma trombose.
E deixamos aqui uma provocação final: por que a pessoa responsável por prevenir a gravidez tem que ser a pessoa que não tem controle sobre a sua fertilidade? Por que as pesquisas sobre métodos contraceptivos hormonais masculinos não seguiram adiante? Por que não falamos sobre ejaculação responsável?
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