Tour Climaxxx do BDSM: do significado à prática
BDSM é um acrônimo para Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo.
São diferentes práticas, envolvendo diferentes tipos de fantasias e fetiches, que duas ou mais pessoas adultas podem fazer, sempre com acordos e consentimento. Você pode fazer disso um estilo de vida ou mesmo algo que acontece de vez em quando.
Mas uma coisa é certa: quando você busca realizar os seus próprios desejos e se explorar sem preconceitos, você pode (e vai!) encontrar lugares incríveis no caminho, que vão brincar nessa gangorra que é a sexualidade.
Hoje, a Tour CLMX apresenta para vocês o mundo do BDSM.
Um grande iceberg de práticas
Imagine o BDSM como um grande iceberg. As práticas que falamos na nossa introdução (as que formam o acrônimo) são apenas a ponta do Iceberg. Dentro delas existem muitas outras plays pra serem descobertas. Por exemplo, dentro do bondage existe o shibari, do qual já falamos aqui na CLMX em outra Tour.
Então, pra começar, que tal uma pequena explicação de cada uma das práticas da ponta desse iceberg?
- Bondage & Disciplina; que é quando se aplica restrições físicas (no caso do bondage) ou psicológicas (no caso da disciplina) em um ou mais parcerias. Quando essas restrições ou regras são quebradas, a pessoa submissa é castigada (fisicamente, psicologicamente através da humilhação ou através de ambos);
- Dominação, Submissão; que é um conjunto de ações em que uma pessoa interpreta o papel de dominador e a outra de submisso em um contexto erótico;
- Sadismo e Masoquismo; que são as práticas consensuais que envolvem a troca de dor física ou psicológica entre parceiros;
Curtiu alguma delas? Então recomendamos muito que você continue pesquisando sobre aqui no Blog. Afinal, essa é só a ponta do iceberg. Existem muitos outros jeitos divertidos de sentir e dar prazer.
Orgulho BDSM!
O BDSM faz parte das paradas de orgulho LGBTQIA+ desde as primeiras edições. Existe uma ligação muito forte entre a comunidade BDSM e a comunidade LGBTQIA+, que tem muito a ver com o olhar preconceituoso que ambas as comunidades recebem até hoje, pela falta de conhecimento das pessoas. Muitos membros da comunidade LGBTQIA+ acabam conhecendo e adentrando também no mundo do BDSM. Dessa forma, é válido a gente ter uma palavrinha sobre essa relação.
Essa ligação começa lá depois da Segunda Guerra Mundial, onde homens gays fundaram diversos clubes de motociclismo, dando início a uma subcultura chamada Leather (ou couro, no bom e velho português). A partir daí, esses muitos grupos foram aumentando e contribuindo para lutas importantes dentro da comunidade BDSM, principalmente no que diz respeito a segurança dentro das plays.
Dentre essas comunidades, vale citar a Society of Janus, criada por Cynthia Slater, uma sociedade que não só inseriu o público feminino dentro da cena sadomasoquista, mas também presta serviços importantes de educação e conscientização sobre o BDSM.
O BDSM faz parte da história LGBTQIA+ e tem um espaço especialíssimo não só dentro da comunidade, mas também em todas as paradas mundiais e por isso sim, essa ligação deve ser lembrada!
Dor e BDSM tem que andar junto?
Não, nem sempre. Já comentamos aí em cima que o BDSM é um conjunto de um milhão de plays diferentes. Dá pra amarrar, vendar, queimar, resfriar, fazer de gato, cachorro, ser ume dominadore implacável ou ume submisse incorrigível, chicotear, ter muito estímulo ou pouco estímulo, sentir dor, aplicar dor, etc. e coisa e tal. Ou seja, você tem um leque de opções e muitas delas não envolvem sentir ou aplicar dor física. As duas coisas não precisam andar juntas e se andarem juntas também não tem problema. Tudo vai do acordo que as partes fizerem. Não é pra machucar (não necessariamente), é mais sobre sentir prazer de outras formas, e claro, é pra ser gostoso.
E o sexo precisa estar presente?
Outra coisa que não precisa necessariamente estar em uma play é o próprio sexo. Quem diria, né? O erotismo no BDSM pode vir sem penetração ou estímulos diretos na genitália. No shibari, por exemplo, uma técnica de amarração, apesar de poder existir alguma interação sexual, as pessoas podem simplesmente serem amarradas e apreciarem a estética da coisa toda.
Ou seja, apesar do BDSM ter práticas em que o fetiche e o sexo estão presentes, não é uma regra.
Outras palavras importantes: confiança, respeito, consenso
É claro que as brincadeiras são importantes, mas têm outras palavras que a gente precisa olhar antes de começar pra valer no BDSM. Já ouviu falar de SSC, RACK ou PRICK?
SSC significa Seguro, São e Consensual e foi a primeira tentativa de estabelecer uma regra universal para a comunidade BDSM, o que torna essa prática muitas vezes mais segura do que a maioria das transas que já tivemos. Para que qualquer play aconteça, é preciso garantir a segurança e o consenso de ambas as partes. Não só deve-se preservar o corpo, mas também o psicológico. Lembra da ligação entre a comunidade LGBTQIA+ e o BDSM? Pois bem, o SSC foi o resultado dessa relação. Foi criado por um grupo de homens gays sadomasoquistas chamado GMSMA.
Depois de um tempo, alguns termos utilizados no SSC começaram a ser questionados pela própria comunidade. Isso porque o SSC acaba não falando de um ponto muito importante: nenhuma play de BDSM é completamente isenta de riscos. Então, todos os envolvidos devem partir do ponto de que estão conscientes do que estão fazendo, INCLUSIVE dos malefícios das práticas. Pensando em solucionar esse tipo de problema, surge o PRICK, que significa Personal Responsibility, Informed Consensual Kink. O PRICK (ou RACK, risk-aware consensual kink) é a filosofia de que todos os envolvidos estão conscientes e são responsáveis pelo que acontecerá na play, e ninguém vai impor o seu desejo sobre o outro, sem que haja diálogo e consenso.
A tal da safeword
Falando em segurança, a safeword é essencial para que quando uma das pessoas parceiras não se sinta mais à vontade na play, as coisas parem imediatamente.
Mas não basta o bom e velho não? Bem, existem certas plays em que a palavra NÃO pode ser dita sem a real intenção de parar, já que podem ser falas comuns durante uma encenação erótica, mas além disso, existem plays em que você não vai conseguir falar. A safeword pode ser mais do que apenas uma palavra. Ela pode ser um gesto, um movimento, algo que indique que aquilo não está legal para você…
O importante é que na hora de definir a safeword, você escolha um gesto ou uma palavra que não seja feita ou dito normalmente na encenação BDSM.
Um carinho também é bom: entendendo o aftercare
O aftercare é aquele momento que as duas pessoas parceiras utilizam para cuidar de si mesmas após uma play.
E é comum que quando falamos em aftercare pensamos só em carinho, mas na verdade, são os próprios parceiros que determinam o que é o aftercare. Pode ser desde tomar um banho juntos, ligar algumas velas e relaxar, falar sobre o que deu certo ou não na play, discutir novos desejos, cuidar de marcas que possam ter ficado da play…Tudo isso é um carinho que vai mais além do corpo, mas que deve cuidar do psicológico e do mental. Muitas plays, apesar de não provocarem dor física, podem ser bastante intensas.
Um outro conceito que a gente precisa desconstruir é que só quem foi submisso ou passivo na play precisa de aftercare. Esse momento vale para ambas as pessoas parceiras. Principalmente pelo que a gente já comentou: algumas vezes o que precisa ser cuidado é o psicológico e o mental, não tanto o físico.
Adorei. Onde eu aprendo sobre?
A lista de fontes para aprender sobre é interminável. O ideal é começar procurando pelo tipo de experiência que você quer ter. Aqui, na CLMX, vamos conversar bastante sobre o assunto por mais alguns posts. Mas a gente recomenda que você dê uma olhada em mais esses sites dependendo do que você curtiu ou não:
- La Quarta Corda;
- Podcast Chicotadas;
- Dommenique Luxor (Feticheira);
- Society of Janus;
Permita-se: uma palavrinha sobre papéis
Permitir-se nem sempre é fácil. Jogar de lado preconceitos, papéis de gênero e problemas com a autoestima e o próprio corpo acaba sendo um desafio dos grandes. Principalmente para quem nunca se encaixou muito bem nesses lugares e precisou se forçar (ou ser forçado) dentro deles. Pra sair é uma dificuldade horrível… Mas quando a gente se permite experimentar, gostar ou não gostar de algo, a liberdade é imensa.
O BDSM te permite ser coisas diferentes. Coisas que você nem sequer imaginou ser. Te permite perder o controle ou ganhá-lo todo de volta. Te permite explorar mundos e conhecer lados de si mesmo que você nem sabia que existiam. E acho justo comentar aqui que você precisa se permitir estar nesses papéis, ir de mente aberta e se envolver com as possibilidades de dominar e ser dominado, de amarrar e ser amarrado e tantas outras formas de play que existem.
Como já dissemos antes: é sobre ter prazer de outras formas. Se jogue sem preconceitos, com liberdade de se explorar e ser explorade. E contem com a gente pra conhecer todo esse universo, começando por aqui: a nossa linha exclusiva de Harness, acessórios exclusivos pra esse tipo de prática e prazer.
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