A História do Dia do Sexo, 6/9

Que dia 6.9 se comemora o Dia do Sexo, talvez você já saiba.

A alusão é simples e fácil de decifrar até para os mais ingênuos: talvez o 69 seja a posição sexual mais conhecida (e estimada) do mundo, e foi em 2008 que a marca de camisinhas Olla criou uma campanha com o slogan "Faltava um dia em homenagem àquilo que deu origem a tudo", inaugurando então o dia seis de setembro como o dia do sexo em todo o mundo. E assim nasceu o 6/9.

É verdade que a data atual é fruto de uma campanha publicitária e não de um dia de conscientização sobre sexualidade, o que é uma pena. Aqui no Brasil, já houve uma tentativa de designar um Dia do Sexo lá na primeira metade do século XX. Um grupo carioca chamado Círculo Brasileiro de Educação Sexual (novamente os educadorxs sexuais, arrasando nesse Brasil desde sempre), presidido pelo médico e autodenominado sexólogo José de Albuquerque instituiu o 20 de novembro de 1935 como o dia. O objetivo era criar uma nova visão sobre a prática sexual e cuidados numa época em que o tabu e a desinformação sobre a sexualidade eram ainda maiores do que nos dias de hoje. 

A grande preocupação do grupo era combater as ISTs, na época conhecidas como Doenças Venéreas e fazer um super trabalho de prevenção e educação, mobilizando a prefeitura e o poder público, numa ação que colocou milhares de cartazes pelas ruas do Rio. Mas então, dois anos depois, chegou Getúlio e o Estado Novo e definitivamente essa pauta perdeu totalmente a importância. As prioridades de tornaram outras, afinal, não interessa para um regime opressor que as pessoas tenham consciência sobre saúde e prazer.

De 1935 para cá muita coisa aconteceu. Me parece que a sexualidade humana é uma eterna história de liberdades e silenciamentos, progressos e retrocessos, contração e descontração. Liberdade sexual versus AIDS, pílula anticoncepcional versus guerra, identidade de gênero versus violência. Um movimento circular que nos libera um pouco para logo voltar a apertar novamente. Mas talvez seja isso: a expansão desse conhecimento vem aos poucos, e as letrinhas do LGBTQIAPN+ só tendem a aumentar conforme a nossa capacidade de inclusão e de uma maior visão do todo.

Voltando a campanha da Olla, em 2008 o Johnny Deep era galã e Piratas do Caribe ia estrear seu terceiro filme. O que a gente tinha de conteúdo feminista popular era Sex and the City. Uma campanha "Faltava um dia em homenagem àquilo que deu origem a tudo" nunca existiria hoje, num universo de óvulos congelados, fertilização in vitro, maternidade solo, casais homoafetivos e todas as incríveis possibilidades que envolvem gerar uma vida. E que bom. Finalmente, a sexualidade começou a ser compreendida como uma questão de prazer e bem-estar, além de um lugar para acolher a subjetividade de cada um.

O slogan foi mais a data fica, e a gente por aqui só pode desejar que nesse dia você possa tirar um tempinho para fazer sexo com quem você mais ama: você. Ou usar a desculpa da data para transar bem gostoso, com direito a presença, tempo e a dedicação. E pra comemorar essa data com muito prazer pra dar e pra sentir, a gente fez uma seleção de 69 toys com 15% de desconto. Não perde!

© Texto de Larissa Ely. Lari é designer, fundadora & sócia da Climaxxx.

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